Boato sobre bactéria que ‘come carne humana’ circula nas redes sociais

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Uma informação mentirosa sobre uma funcionária de supermercado que teria sido hospitalizada e terá apenas 21 dias de vida após ter contato com uma bactéria no dinheiro que não tem cura e que “come” carne humana está circulando nas redes sociais.

A mensagem diz que a jovem foi internada em um hospital municipal de São Luís, no Maranhão, com hematomas e manchas pelo corpo. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde de São Luís divulgou uma nota afirmando que a informação não procede e que nenhum paciente foi atendido na rede municipal de saúde de São Luís sob essas circunstâncias.

O texto se tornou viral, mas trata-se de um boato. Em entrevista à publicação, a mestre e doutora em microbiologia Rosana Siqueira explica que as ideias colocadas na mensagem não têm fundamento. A especialista ainda argumenta que, embora dinheiro seja uma superfície supercontaminada, porque tem muitos microorganismos, bactérias, fungos, vírus e parasitas, se houvesse uma bactéria específica outras pessoas teriam sido afetadas.

Segundo a pesquisadora, algumas bactérias podem matar em até menos que 21 dias, mas isso depende de uma série de fatores, entre os quais a combinação do microorganismo letal com a presença de portas de entrada, como feridas, aliada a uma baixa imunidade da pessoa afetada.

Nas redes sociais, a mensagem circula com a foto de uma mão lesionada. O G1 descobriu que a imagem também é encontrada em outras centenas de posts em todo o mundo que a relacionam com assuntos diversos, que vão desde a bactéria que come carne até mordida de cobra.

O biomédico Alexandre Veronez, especialista em patologia clínica e MBA em biotecnologia, também reforça que a notícia é falsa. “Primeiro que as notas de dinheiro têm milhões de bactérias: do ar, da pele, de superfícies etc. O dinheiro é uma das coisas que mais têm bactérias, mas essas bactérias convivem com a gente no dia a dia. Algumas delas podem ser patogências, mas não nesse grau. Podem no máximo causar uma dor de barriga”, diz.

“Não existe uma bactéria que come carne. Existe uma bactéria que causa necrose, mas isso é raro. Só ocorre em condições especiais, como, por exemplo, nas camadas mais profundas da pele e quando a pessoa está bem debilitada, com a imunidade muito baixa”, completa o biomédico.

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