Um grupo de jornalistas, apresentadores e repórteres do Rio Grande do Norte decidiram trabalhar usando roupas pretas para protestar contra o piso salarial muito baixo dos profissionais de imprensa do estado.
A manifestação aconteceu na última quarta-feira (10) e as redações e estúdios ficaram “de luto”. Além disso, os profissionais anunciaram estado de paralisação, avisando sobre a possibilidade de protestos a qualquer momento, além da possibilidade de greve caso não haja reajuste.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte, Breno Perruci, falou sobre o episódio em entrevista ao UOL. “Fizemos um dia de luto em revolta para marcar a paralisação. A insatisfação é geral. Vamos fazer manifestações-surpresa para incomodar os patrões. Se eles nos receberem com retaliação e não atenderem às nossas reivindicações, podemos fazer greve”, disse.
A campanha foi aderida por profissionais de todos os veículos de comunicação. Na InterTV Cabugi, afiliada da Globo, os apresentadores Matheus Magalhães e Lidia Pace surgiram para apresentar o jornal RN TV trajando roupas totalmente pretas. O protesto também se estendeu pela TV Ponta Negra (SBT), TV Tropical (Record) e Band Natal, além de jornais, sites e rádios locais.
Ao todo, cerca de 1.200 jornalistas trabalham no Rio Grande do Norte. Eles têm o pior piso salarial de todo o país, com valor estimado em R$ 1.225,80. Eles pedem o aumento para R$ 2.172,00, cerca de 77%, e reivindicam benefícios como vale-alimentação, auxílio-creche, licença-maternidade de seis meses e vale-cultura. As empresas, no entanto, garantiram que só podem oferecer aumento de 6%, o que gerou revolta entre a imprensa.