Morador de rua constrói casa em árvore por não ter onde morar

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Antônio Alves Ferreira Neto tem 55 anos e criatividade de sobra. Após separar-se da esposa, com quem viveu 25 anos e teve três filhos, ele passou a morar na rua. Com o período de chuva, o homem decidiu criar a sua própria casa. A diferença é a sua localização: em uma árvore do Centro de Fortaleza.

Com pedaços de madeira e uma lona, aos poucos, Antônio foi construindo a casa com as próprias mãos. Devido ao grande movimento de pedestres no local, decidiu fazer a construção apenas aos domingos, para não machucar os passantes. Depois de pronta, foi a vez de mobiliar a casa, que possui colchonete, travesseiro, tapete, varal e material de higiene pessoal distribuídos em cerca de 8 m².

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Recém-chegado

Há três semanas, o morador de rua reside no novo lar, na Rua Barão do Rio Branco. Provisoriamente, Antônio resolveu o problema da residência, pois sabe que não poderá ficar no local por muito tempo. Agora, sua preocupação é conquistar um novo emprego. Autônomo, ele sempre trabalhou como pintor, ferreiro, armador e recentemente fez curso de eletricista pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Antônio procurou o Sistema Nacional de Emprego (Sine), foi encaminhado para vagas, mas foi rejeitado pelos empregadores devido a sua idade. “Quando eu chego com a carta do Sine e perguntam a minha idade, dizem que eu não tenho condições de trabalhar. Mas rapaz, que negócio é esse?Eu tô com tanta força, eu quero trabalhar. Minha idade dá pra tudo, o que vier aqui eu faço”,desabafa. O último emprego que teve foi na construção do estádio de futebol Arena da Amazônia, em Manaus, onde trabalhou como ferreiro.

“Eu faço qualquer coisa, pode ser serviço de pedreiro, pintor, ferreiro, eletricista, o que tiver, eu quero é trabalhar”. (Antônio Alves)

Depois que acabou o contrato, teve que voltar para Fortaleza. Pagou aluguel enquanto pôde e depois voltou a morar na rua. Para construir a sua casa na árvore, pediu permissão aos lojistas da região e garantiu que não iria atrapalhar o movimento dos clientes. De dia, ele vigia os carros e às vezes trabalha como pedreiro. “Tem uma promotora que trabalha aqui perto e quando eu vou lá lavar o carro dela eu ganho o almoço”, comenta.

Sonho da casa própria 

Há dois anos cadastrado no Programa de Habitação da Prefeitura de Fortaleza (Habitafor), Antônio tem esperança em alcançar seu sonho de possuir a própria casa. Apesar de ter construído “o seu cantinho”, ele sabe que logo será expulso pelos órgãos públicos e terá que ir para outro lugar. “Em maio vai ter outro sorteio, tomara que eu entre. Quero ter minha casinha, fazer do meu gosto e sair dessa vida que não tem futuro. Quem fica no meio da rua está sujeito a tudo, e tem muita gente perversa no mundo”, comenta.

Mas a sua prioridade no momento é conseguir um emprego. Antônio garante que tem saúde e disposição para qualquer trabalho. “Eu faço qualquer coisa, pode ser serviço de pedreiro, pintor, ferreiro, eletricista, o que tiver, eu quero é trabalhar”, pede

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