Novo HR-V ganha melhorias, mas preço é um dos pontos negativos

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A Honda vai ter que “correr atrás do prejuízo” se quiser recuperar a liderença de mercado entre os SUVs compactos. Depois de três anos, o HR-V perdeu a primeira colocação no segmento. Ainda que a diferença para o Hyunda Creta, o novo campeão, tenha sido pequena, um sinal de alerta deve ter se acionado na fabricante japonesa.

Isso porque o HR-V não é o SUV compacto mais potente, nem o mais econômico do mercado. Ele também não é mais equipado, mas ocupa o posto de mais caro entre aqueles que possuem motor flex.

Se não é referência em vários quesitos, o modelo tem como grande virtude ser um modelo equilibrado, que não vai muito mal em praticamente nenhum aspecto.

Partindo desse princípio, a Honda foi muito cuidadosa ao promover a primeira atualização visual de seu SUV compacto, apresentada no final de outubro.

Cromado generoso

Um olhar mais desatento pode não perceber que a grade ganhou espaço na dianteira, com cromados mais grossos e que agora invadem parte dos faróis. As lâmpadas, halógenas, agora usam projetores. Por fim, o para-choque teve a parte das luzes de neblinas reformuladas.

Na traseira, as lanternas agora são as mesmas da antiga versão topo de linha Touring – sem mudança de formato. As rodas de 17 polegada têm um novo desenho, mas parecem pequenas perto do porte da carroceria.

Vem aí o turbo

O HR-V é oferecido em 3 versões, sempre com motor 1.8 de 140 cavalos e câmbio CVT. A opção mais completa, Touring, só será lançada daqui alguns meses, e trará mais novidades. Trata-se do motor 1.5 turbo, que promete dar mais vida ao SUV.

G1 avaliou a versão mais completa disponível atualmente, EXL. Ela é vendida por R$ 108.500 – apenas R$ 2 mil a menos do que custava a Touring no modelo 2018.

Custa mais, oferece menos

A lista de equipamentos é bastante modesta para o preço cobrado pela Honda.

De série, há ar-condicionado digital, 6 airbags, controles de tração e estabilidade, freios a disco nas 4 rodas, freio de estacionamento eletrônico, central multimídia com tela de 7 polegadas, câmera de ré, controle de velocidade de cruzeiro, acendimento automático dos faróis e bancos de couro.

Jeep Renegade Limited, Hyundai Creta Prestige e Nissan Kicks SL Pack Tech, por exemplo, possuem mais equipamentos, só que são vendidos por preços mais justos. O Creta, mais caro desse trio, sequer chega a R$ 104 mil.

Ao considerar modelos menos badalados, como o Citroën C4 Cactus, a diferença é ainda mais gritante. O SUV produzido em Porto Real (RJ) oferece sistemas como frenagem automática de emergência e detecção de saída de faixa, além de ter motor turbo, sensor de chuva, retrovisor antiofuscante e acesso e partida por chave presencial. Ainda assim, é vendido por R$ 98.990, praticamente R$ 10 mil a menos do que o antigo líder.

Além das críticas

Sobre o HR-V não recaem apenas críticas.

Para a linha 2019 a Honda fez alguns ajustes na suspensão e na transmissão CVT, que tem 7 marchas virtuais e possibilidade de mudança por meio de aletas atrás do volante.

O conforto continua sendo a principal virtude do modelo. Agora, a característica foi reforçada, principalmente por conta dos reforços no isolamento acústico. Só que os ouvidos mais apurados vão perceber que o câmbio CVT ainda faz um som metálico em acelerações, apesar de o ruído ter sido levemente atenuado.

Falando na transmissão, ela teve a calibração alterada para ser ainda mais suave. O mesmo aconteceu com a suspensão. Um antigo incômodo do HR-V, os amortecedores chegando ao fim do curso em buracos e lombadas, parece ter sido superado.

Já o motor 1.8 fica na média do segmento. Ele vai melhor do que Jeep Renegade e Nissan Kicks, por exemplo – mas não iguala o desempenho dos propulsores mais modernos, como o 1.5 do EcoSport ou os turbo de C4 Cactus e Tracker.

Outro ponto em que o HR-V se destaca é a versatilidade.

O sistema de rebatimento de bancos chamado Magic Seat é único no segmento, permitindo acomodar objetos altos de pé dentro da cabine, ou aumentar a área do porta-malas de 437 para 1.010 litros com os bancos rebatidos de forma plana.

O volume é o maior entre os modelos mais vendidos da categoria.

Conclusão

A máxima de que time vencedor não deve ser mexido já não é mais válida para o HR-V. O carro ainda vende bem, mas perdeu o status de “queridinho” do público. Na primeira quinzena de janeiro, ele foi apenas o quarto SUV compacto mais vendido, perdendo para Renegade, Kicks e Creta.

Mesmo com as pequenas alterações no estilo e as melhorias em isolamento acústico e suspensão, a Honda vai precisar fazer mais, se quiser retomar a liderança perdida. Abaixar o preço ou melhorar a oferta de equipamentos poderia ser uma solução.

Mas a aposta será diferente: as fichas da Honda vão para a nova versão Touring, que terá motor 1.5 turbo. Resta saber se ela será tão bem sucedida a ponto de fazer o HR-V voltar a ter o bom desempenho de antes.

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