‘Pedi ajuda, mas só tiravam foto’, diz sobrevivente de acidente

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Uma das sobreviventes do acidente que matou 23 pessoas e deixou mais de 20 feridas no Espírito Santo desabafou sobre a falta de socorro de moradores e populares momentos depois da tragédia. “Corri pedindo ajuda, mas muitas pessoas eu via só filmando, tirando fotos e não ajudavam”, lamentou Fabiana Silva, 31 anos. A colisão envolveu um ônibus, uma carreta, uma mini-van e uma ambulância, nessa quinta-feira (22),na BR-101, em Guarapari.

O marido de Fabiana, o gesseiro Fernando de Spuza Dias, 36, estava no acidente, mas não resistiu. Ele estava encostado no ombro dela. “Foi na hora que eu ouvi o barulho do freio, a explosão e o fogo vindo. Quando eu vi o fogo, olhei para o lado e vi que ele não estava. Vi os corpos e algumas pessoas saindo queimadas. Como o fogo estava se alastrando, comecei a correr desesperada, pulei no barranco e comecei a gritar”, recordou, em entrevista ao G1.

Ela ainda comentou sobre os momentos de angústia por não ter condições de ajudar o marido. “Ele gritava por socorro, foi arremessado para perto de uma árvore, onde estava parte do ônibus pegando fogo. Não tinha como eu passar. Eu falava: ‘Fernando’, e ele respondia: ‘Me tira daqui, eu quebrei uma perna e um braço. Preciso criar meus filhos’. E eu não consegui tirá-lo de lá. Corri pedindo ajuda, mas muitas pessoas eu via só filmando, tirando fotos e não ajudavam”

O casal estava casado há três anos. O motivo da viagem para o Espírito Santo era o enterro da avó de Fernando. Ele chegou a comentar que preferia ir com outro meio de transporte, mas, por ser uma emergência, não teve escolha. “Eu não queria, senti um gelo no meu coração. Eu pressenti”, falou a mulher.

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