Bitcoin supera US$ 11 mil em meio a temor de que bolha exploda

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A cotação da moeda virtual bitcoin superou nesta quarta-feira (29), pela primeira vez, a barreira de US$ 11 mil, em meio a temores de que a sua bolha exploda, fazendo com que o seu preço, que multiplicou por dez em menos de um ano, despenque. A informação é da agência EFE.

Um bitcoin estava cotado a US$ 11.186,29 às 13h10 (de Brasília), segundo a plataforma Bitstamp, poucas horas depois de ter superado a barreira de US$ 10 mil, uma progressão que disparou os temores de que os investidores estejam superestimando o valor da criptomoeda.

O vice-governador para a Estabilidade Financeira do Banco da Inglaterra, Jon Cunliffe, ressaltou que uma eventual queda da cotação da bitcoin representaria um risco leve para a economia global, embora possa ser um grande perigo para as pessoas físicas que investiram nela.

“Não se trata de uma divisa no sentido convencional. Não há um banco central que esteja por trás dela. Para mim, atua mais como uma matéria-prima”, afirmou Cunliffe à emissora BBC Radio 5.

Euforia especulativa

O principal diretor do grupo bancário JPMorgan, Jamie Dimon, comparou há poucas semanas o repentino auge no valor da bitcoin com a euforia especulativa que aconteceu na Holanda do século XVII com as tulipas e advertiu que a moeda “pode ser cotada a US$ 100 mil antes de ser vendida por zero”.

Nessa mesma linha, o analista Neil Wilson, da britânica ETX Capital, argumentou que o risco da bitcoin é tão elevado que os investidores institucionais nem se aproximam. “Os preços estão numa bolha, claro. As pessoas está comprando somente por razões especulativas, e por isso existe a preocupação de que se trate de uma bolha insustentável”, afirmou.

Um dos fatores citados pelos expecialistas para explicar o auge do bitcoin nas últimas semanas é a intenção do operador de mercado americano CME Group de oferecer um produto de futuros baseado em bitcoins antes do fim deste ano, um passo que deu confiança aos investidores.

Outro motivo alegado é o abandono de um plano conhecido como Segwit2x, que pretendia ampliar a capacidade para realizar transações em bitcoin, mas que tinha dividido a comunidade de programadores que realiza mudanças no software de código aberto com o qual funciona a criptomoeda.

O sucesso da bitcoin, que começou a ser distribuída em 2009, levou à criação de outras divisas virtuais, como a Ethereum, cuja cotação passou de US$ 10 em janeiro para cerca de US$ 480 recentemente.

No Brasil, a moeda digital Kriptacoin foi suspensa, após investigações que apontavam para um suposto esquema de organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos e crime de pirâmide financeira.

Apesar das várias advertências sobre uma possível queda repentina do valor da bitcoin, algumas vozes alegam que a cotação ainda tem como subir. “Segundo o desejo que desperta atualmente, é muito possível que [a bitcoin] chegue aos US$ 15 mil e além”, disse ao jornal The Guardian o diretor da corretora UFX, Dennis De Jong.

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