Aos 71 anos, morre Eusébio, o maior nome da história do futebol português

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O mundo do futebol está de luto. Faleceu na madrugada deste domingo, em Lisboa, o ex-atacante Eusébio, considerado o maior jogador da história do Benfica e de Portugal de todos os tempos. Aos 71 anos, o Pantera Negra, que sofrera um AVC em 2012 na Polônia, teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Seu corpo será velado no Estádio da Luz, casa do Benfica e palco da próxima final da Liga dos Campeões, onde há uma estátua do ídolo luso.

Nascido em 25 de janeiro de 1942, Eusébio da Silva Ferreira iniciou sua carreira futebolística no Sporting Lourenço Marques, na segunda metade dos anos 1950. O moçambicano chegou a Portugal no fim de 1960, contratado pelos Benfica, onde se tornou o maior artilheiro da história do clube (638 gols) e sua principal referência durante as 15 temporadas em que defendeu a equipe lisboeta.

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Pelo Benfica, Eusébio conquistou nada menos do que 11 Campeonatos Nacionais (1960/61, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1970/1971, 1971/72, 1972/73 e 1974/75), cinco Taças de Portugal (1961/62, 1963/64, 1968/69, 1969/70 e 1971/72) e uma Taça dos Campeões Europeus (atual Liga dos Campeões) em 1961/62, diante do Real Madrid de Puskás, além de ter sido três vezes vice-campeão europeu (1962/1963, 1964/65 e 1967/68).

Considerado por muitos inferior apenas a Pelé, Eusébio chegou ao ápice na disputa da Copa de 1966, na Inglaterra. Ao vencer por 3 a 1 na fase de grupos, Portugal eliminou o Brasil, tirou a Coreia do Norte nas quartas (5 a 3) e chegou às semifinais, onde acabou derrotada pelos anfitriões (1 a 2). Ao bater a antiga União Soviética por 2 a 1, o selecionado luso terminou a competição em terceiro lugar. Goleador com nove tentos (três a mais que o vice, o alemão Helmut Heller), o Pantera Negra, então com 24 anos, foi exaltado como o melhor jogador.
Eusébio faz gol diante do Brasil, eliminado na fase de grupos da Copa de 1966
Eusébio faz gol diante do Brasil, eliminado na fase de grupos da Copa de 1966

– Eu, convivendo com ele há muitos anos cotidianamente, sou testemunha de que sua saúde estava muito fragilizada e havia sinais claros disso nos últimos tempos. Mas nesta altura isso não é o mais importante. O que importa é recordar o homem que foi e sempre será. De resto, tem um lugar entre os imortais deste país e foi seguramente a referência mais importante de Portugal do século 20 no plano esportivo e, não apenas, sobretudo nos anos 60, quando Portugal vivia sob uma ditadura – declarou o biógrafo do ex-jogador, João Malheiro, ao canal “RTP”.

Eusébio também fez história no Brasil, ao ser o primeiro estrangeiro homenageado na calçada da fama do Maracanã, em 2004. O último capítulo de sua relação com o país ocorreu no ano passado, quando se encontrou com Pelé antes do amistoso entre Brasil e Portugal, vencido pelo time de Luiz Felipe Scolari por 3 a 1.

Pela seleção de Portugal, o ex-atacante disputou 64 partidas e anotou 41 gols, obtendo média de 0,64. Seu primeiro duelo defendendo o time nacional foi em outubro de 1961 (eliminatórias para o Mundial de 1962), menos de um ano após estrear pelo Benfica, e seu último compromisso, em 1973, pelas Eliminatórias para a Copa do ano seguinte, na Alemanha.

Além de Sporting Lourenço Marques e Benfica, Eusébio defendeu em Portugal o Beira-Mar e, no fim da carreira, o União de Tomar. Esteve também no Monterrey (México) e em clubes do Canadá e dos Estados Unidos, onde deixou definitivamente os gramados.

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