PF cumpre a 28ª fase da Lava Jato em dois estados e no Distrito Federal

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A Polícia Federal (PF) cumpre a 28ª fase da Operação Lava Jato desde a madrugada desta terça-feira (12) em São Paulo, Rio de Janeiro, Taguatinga (DF) e Brasília. A ação foi batizada de “Vitória de Pirro” e cumpre 22 mandados judiciais.

Do total de ordens, duas são de prisão temporária, uma de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. Inicialmente a PF havia informado que seriam cumpridos 4 mandados de condução corcitiva. A informação foi corrigida às 8h.

O preso com mandado preventivo é o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). O nome dele apareceu na delação do senador Delcídio do Amaral. Segundo Delcídio, Gim e outros parlamentares cobravam dinheiro de empreiteiros investigados na Lava Jato para que eles não fosses chamados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

O filho dele, Jorge Argello Júnior, também foi alvo de um mandado de condução coercitiva, segundo a PF. Os demais alvos de conduções são contra: Roberto Zardi Ferreira Jorge, Gustavo Nunes da Silva Rocha, Dilson de Cerqueira Paiva Filho e Marcos Paulo Ramalho.

Os mandados de prisão temporária são contra pessoas ligadas a Gim Argello, segundo a PF, mas os nomes ainda não foram divulgados.

A PF também disse que há indícios concretos de que Gim, que foi integrante da CPI, instaurada no Senado Federal, e vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), instaurada no Congresso Nacional, em 2014, tentou evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento, mediante a cobrança de pagamentos indevidos disfarçados de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.

O ex-diretor financeiro da UTC Engenharia Walmir Pinheiro Santana, um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, relatou em depoimento à Procuradoria Geral da República um suposto acordo firmado em 2014 entre o dono da empresa, Ricardo Pessoa, e o ex-senador Gim Argello.

Pelo acordo, Pessoa não seria chamado a depor na CPI mista da Petrobras, que à época tinha Argello como vice-presidente, e, em contrapartida, o empresário repassaria recursos a pessoas indicadas pelo então senador

Ainda de acordo com a delação de Walmir Pinheiro, a UTC repassou R$ 5 milhões a quatro partidos a pedido de Argello. O acordo, segundo o delator, seria “um tipo de blindagem” a Ricardo Pessoa.

Os crimes investigados nesta etapa são concussão, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado.

Sobre o nome da operação, a PF disse que “remete a expressão histórica que representa  uma vitória obtida mediante alto custo, popularmente adotada para vitórias consideradas inúteis. Em que pese a atuação criminosa dos investigados no sentido de impedir o sucesso da apuração dos fatos na CPI/Senado e CPMI/Congresso Nacional, tal fato se mostrou inútil frente aos resultados das investigações realizadas no âmbito da denominada Operação Lava Jato”.

27ª fase
A 27ª fase da operação foi batizada de Carbono 14 e deflagrada na sexta-feira (1º). A ação cumpriu 12 mandados judiciais na Grande São Paulo.

Essa fase investiga se dinheiro desviado da Petrobras teria sido usado para comprar o silêncio do dono do jornal “Diário do Grande ABC”, Ronan Maria Pinto, e do ex-secretário do PT Silvio Pereira sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, morto em 2002.

No dia 5 de abril, o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decidiu converter a prisão temporária do empresário Ronan Maria Pinto em preventiva – ou seja, por tempo indeterminado.Já Sílvio Pereira, Moro determinou a soltura.

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