Ex-tesoureiro do PP e mais três viram réus na Lava Jato

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O juiz federal Sérgio Moro aceitou, nesta terça-feira (28), a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-tesoureiro do Partido Progressista (PP), João Cláudio Genu. Além dele, mais três pessoas também se tornaram réus em um processo oriundo da Operação Lava Jato. Genu, que também foi assessor do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010, foi preso na 29ª fase da Lava Jato, em maio, e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2012. Atualmente, ele está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba.

Nesta terça, Moro ainda rejeitou a denúncia do MPF contra o policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho porque ele já tinha sido condenado pelos mesmos crimes em outra ação, assim como a denúncia contra a esposa de Genu, Cláudia Genu. Segundo o juiz federal, o fato de as joias terem sido adquiridas com valores em espécie e não terem sido declaradas não são elementos de prova suficientes para se concluir que a esposa dele sabia da origem do dinheiro. “No caso presente, entendo que o MPF não apresentou elementos suficientes nesse sentido. Observo ainda que ela sequer foi ouvida no inquérito sobre os fatos. Embora a oitiva do investigado não seja condição de validade do inquérito, a oitiva prévia, em uma imputação de crime de lavagem por dolo eventual, recomendaria a medida”, justificou Moro ao não aceitar a denúncia contra Cláudia.

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Denúncia

Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato afirmam que Genu era beneficiário e um dos articuladores do esquema de desvio de recursos da Petrobras, recebendo um percentual fixo da propina recolhida ao PP a partir de contratos da estatal. Segundo a denúncia, entre 2007 e 2012, Genu solicitou e aceitou propina de quase R$ 358 milhões. Esse montante correspondia a 1% dos contratos celebrados entre a Diretoria de Abastecimento e as empreiteiras Engevix, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Mendes Júnior e OAS. Genu ainda é acusado de receber, entre 2008 e 2013, R$ 4,39 milhões, € 125 mil (R$ 475 mil) e US$ 390 mil (R$ 1,36 milhões) por intermédio do doleiro Alberto Youssef – considerado peça-chave do esquema que havia na Petrobras. As investigações também apontaram que, para que o dinheiro chegasse até Genu, Youssef utilizava os emissários Rafael Angulo, Jayme Alves e Carlos Rocha, conhecido como Ceará.

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