Casamento caipira

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O casamento caipira faz uma sátira aos casamentos tradicionais. A noiva está grávida e o pai da mesma obriga o rapaz a se casar. A apresentação do casamento na roça é muito engraçada, pois o noivo aparece bêbado, tentando fugir do altar por várias vezes, sendo capturado pelo pai da noiva que lhe aponta uma espingarda. Este conta com o apoio do delegado da cidade e do padre para que o casamento seja realizado. Após a cerimônia, os noivos puxam a quadrilha.

Casamento na roça - São João de Itaberaba 2012
Casamento na roça – São João de Itaberaba 2012

Roteiro para o casamento caipira (autor Marineu Santana)

Padre: Boa noite senhores e senhoras. Se aproximem os noivos para darmos início à cerimônia.

Noivo: Sirimõia é uma coisa qui iela num cuiessi, seu padi.

Mãe da Noiva: Laigui di cunvessa fiada seu bocó i agardessa a Deus te incrontado uã besta qui caiu na sua lábia, seu fiota.

Mãe do noivo: Era só u qui fartava in riba da terra. Arrepari mermo se meu fio Vardivino é do teu panu pa mode si trocar cum tu, amalera impombada.

Padre: Silêcio!!! Tenham calma. Precisamos acabar com a violência. O mundo só será melhor quando as famílias souberem viver a paz e o amor.

Pai da Noiva: Mi adiscuipi sua incelência, mar u siôr num é pai i num sabi di qui qualidade fica ur bofi du camarada qui vê sua fia mitida cum elemento dessa laia; i tê qui sirrí di denti iscangaiado cuma si tudo fosse paiz i amô.Só sabi quem comi du bucadu, seu padi.

Pai do Noivo: Arrepari quem fala!Quem vê diz qui é genti. Puvera Deus que meu fio num tivesse si acoloiado cum sua fia Ginuveva.

Noivo: Num si meta naum pai! A vida é minha. I ieu num queru ninguém meteno a cuié adonde num foi chamadu, adonde num lhi cabi.

Padre: Que modos são estes, rapaz! Respeite seu Pai. E o senhor, seu Genaro, procure orientar seu filho para viver em harmonia com a esposa. Ela lhe será dada em matrimônio diante de Deus e merece ser tratada com respeito e jamais com violência. Quanto às duas famílias, procurem fazer amizade para dar o bom exemplo aos seus filhos e aos netos que com a benção de Deus virão.

Mãe do noivo: Arriégua! U caba dá o fio de mão beijada a essa catrevaji i ainda pu riba í bajulá. Num digu qui fio fais a genti inguli fogo e arrotá brasa. A genti veve pus fio i purisso si vê na obrigação de passá pu maur pedaçu.

Mãe da noiva: Teu fio lava a iégua in si casá cum Ginuveva. Adondi iele ia dá di mão di uma muié mair mio?

Noivo: Mãi! Dona Juvelina! Acabi cum essa cunfusão. Só Deus fais ieu arredá da dicisão qui tumei, i mais ninguém.

Padrinho: Meu povu! Num boti issu pa modi render mais naum! Arrespeiti o padi i us cunvidadu.

Madrinha :Apalaça aí seu padi qui a noiva vai entrane.

(A noiva entra)

Mãe do Noivo: Cruz credu!!! Nunca mi passou na menti di tê qui ingulí ua dessa. Só Deus sabe i ieu sintu.

Padre: Valdevino, aceita Genoveva como sua legítima esposa?

Noivo (olha para trás e diz):manera aí meu sôgu, o cabo du 38 tá me furanu u ispiaço… Sim, seu padi, aceitu (diz baixinho: Sem querer, querendo)

Padre: E você Genoveva, aceita Valdevino como esposo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até a mortes lhes separe?

A Noiva(toda sorridente): Sim siôr padi. Aceitu sim.
(disfarçada sopra… que alívu!!! Até qui infim!!!)

O Noivo(baixinho): Tu num presta mais ieu ti amo, disgraçada.

Padre: O Sacramento é indissolúvel. Quem pecou, não peque mais (olhando para Ginuveva). É preciso perdoar as faltas um do outro para viverem felizes. Cada um desejando fazer a felicidade do outro. Quem casa deve aceitar o cônjuge e sua família.

Noivo: isbarra aí, seu padi! Tá bom! Já basta! Nois qué agora é cumê da festa, si divistí, i adispois si arritirá e dize infim sóis.

Madrinha: Viva ur noivo!!! Paima pur nubente.!!!

Padrinhos: Puxa o foli, cumpadi!!! Arrasta u pé! Vumbora festejá o casóro.

Todos: Viva ur noivo!!! Viva!!!

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