Demissão Silenciosa: entenda o que é, de onde surgiu e como evitar essa armadilha no trabalho

Você já ouviu falar em demissão silenciosa? O termo tem ganhado força no mercado de trabalho e está impactando empresas e funcionários em todo o mundo. Apesar de parecer algo novo, a prática já vinha acontecendo há anos e agora ganhou nome e destaque nas redes sociais, principalmente no TikTok, onde viralizou em 2022.

Mas afinal, o que significa demissão silenciosa, como ela surgiu e quais os riscos para empresas e trabalhadores?

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O que é demissão silenciosa?

A demissão silenciosa (ou quiet quitting, em inglês) acontece quando o funcionário deixa de se engajar no trabalho além do mínimo exigido pelo contrato.
Isso não significa abandonar o emprego, mas sim cumprir apenas as tarefas obrigatórias, sem esforço extra, sem buscar crescimento ou assumir responsabilidades adicionais.

Na prática, o profissional chega e sai no horário exato, cumpre as funções básicas e evita qualquer envolvimento que ultrapasse suas obrigações.

A origem do termo

A ideia surgiu na China, como reação à chamada escala 996 – rotina que obrigava trabalhadores a atuar das 9h da manhã às 9h da noite, seis dias por semana.
Cansados da sobrecarga e sem retorno proporcional em qualidade de vida, muitos jovens chineses começaram a se rebelar silenciosamente, cumprindo apenas o que estava no contrato.

O movimento logo ganhou força no Ocidente e viralizou no TikTok em 2022. O vídeo do usuário Zaikan foi o primeiro a popularizar o conceito, seguido pelo jovem Hunter Kimi, de 23 anos, que virou símbolo da prática nos EUA ao relatar publicamente que se recusava a trabalhar 60 horas semanais sem reconhecimento.

O impacto da demissão silenciosa no mercado de trabalho

Segundo pesquisa do Instituto Gallup, apenas 31% dos trabalhadores no mundo estão engajados de fato em suas funções. Outros 59% afirmam estar “desconectados” e cerca de 10% assumem estar ativamente desmotivados.
Esse cenário gera prejuízos bilionários. O relatório estima que a desmotivação no ambiente corporativo custe 8,9 trilhões de dólares à economia global — quase 9% do PIB mundial.

E o fenômeno não afeta apenas funcionários. Um estudo revelou que 53% dos gestores já aplicaram demissão silenciosa contra subordinados, criando ambientes hostis para forçar pedidos de demissão sem precisar arcar com indenizações trabalhistas.

Como evitar a demissão silenciosa?

Especialistas em gestão apontam que tanto empresas quanto colaboradores precisam agir para reverter o problema:

  • Gestores devem investir em diálogo, reconhecimento e valorização, além de criar um ambiente saudável e equilibrado.

  • Funcionários podem buscar proatividade, aprendizado contínuo e comunicação aberta, de modo a encontrar satisfação no trabalho sem abrir mão da vida pessoal.

A demissão silenciosa é um alerta: quando funcionários ou líderes entram nesse ciclo, o prejuízo vai além dos números — impacta diretamente a motivação, a saúde mental e a produtividade de toda a equipe.

Mais do que uma “moda de TikTok”, a demissão silenciosa é um fenômeno global que reflete um desgaste crescente na relação entre trabalho e qualidade de vida.
Entender o conceito, identificar sinais e adotar medidas preventivas é essencial para garantir ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.