A Polícia Militar Rodoviária confirmou que o ônibus que tombou com cerca de 40 pessoas na manhã desta quarta-feira (24), na Rodovia Brigadeiro Faria Lima (SP-326), em Jaboticabal (SP), trafegava a 100 km/h em um trecho onde o limite máximo permitido é de 40 km/h. A informação foi obtida por meio do tacógrafo do veículo, equipamento que registra velocidade e tempo de deslocamento.
O acidente deixou duas pessoas mortas, entre elas uma criança e uma mulher, além de dezenas de feridos, alguns em estado grave. Até a última atualização, as vítimas fatais ainda não haviam sido oficialmente identificadas.

Tacógrafo confirmou excesso de velocidade
De acordo com a Polícia Rodoviária, o disco do cronotacógrafo foi recolhido para perícia e indicou que, no momento do tombamento, o ônibus atingiu 100 km/h ao acessar uma alça de acesso em uma rotatória, local que exige redução significativa de velocidade.
“A velocidade nominal da via é de 40 km/h. No disco do tacógrafo constava a marca de 100 km/h no momento do acidente”, afirmou o tenente Danilo Rodrigues Cutis, da PM Rodoviária.
Os dois motoristas, que se revezavam na condução para evitar cansaço, passaram pelo teste do bafômetro, com resultado negativo para ingestão de álcool. A documentação do ônibus também estava regular.
Empresa levanta hipótese de mal súbito
A empresa Viação Grandino, responsável pelo ônibus, informou que o veículo estava com a manutenção em dia e operava com todas as licenças exigidas. Segundo Edvan Nunes, supervisor de operações da empresa, há a possibilidade de o motorista ter sofrido um mal súbito.
Ele destacou que, pelas marcas encontradas no asfalto, houve derrapagem e não frenagem, o que pode reforçar essa hipótese. A perícia técnica irá esclarecer as causas exatas do acidente.
A Buser, plataforma que fretou o ônibus, também divulgou nota lamentando o ocorrido e informou que mobilizou uma rede de apoio para assistência aos passageiros e familiares, em conjunto com a empresa responsável pelo transporte.
Relatos de desespero dos sobreviventes
Passageiros que sobreviveram ao tombamento relataram cenas de desespero, gritos e pessoas presas às ferragens logo após o acidente.
“Foi muito sangue, pessoas gritando, tentando sobreviver e entender o que estava acontecendo”, relatou José Carlos Martins Júnior, analista de sistemas.
Outro passageiro, Isaac Gandra, contou que acordou com o ônibus já tombando e descreveu o momento como “horrível”.
Situação das vítimas e atendimento médico
O ônibus saiu de São Paulo às 23h55 de terça-feira (23) com destino a Olímpia (SP). Inicialmente, havia 46 pessoas a bordo, sendo 44 passageiros e dois motoristas, mas parte dos passageiros já havia desembarcado antes do acidente.
No momento do tombamento, havia 38 passageiros e os dois motoristas. As vítimas foram encaminhadas para a UPA de Jaboticabal e, nos casos mais graves, transferidas para hospitais da região, incluindo o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
A alça de acesso a Jaboticabal ficou interditada por algumas horas para atendimento da ocorrência e trabalho da perícia, sendo liberada após o destombamento do veículo.
As causas do acidente seguem sob investigação da Polícia Rodoviária e da perícia técnica. O caso reacende o alerta sobre excesso de velocidade em trechos urbanos e de acesso, especialmente envolvendo veículos de transporte coletivo, onde os riscos e consequências costumam ser mais graves.








