Um morador da Bahia foi vítima do chamado “golpe do nudes”, um esquema de extorsão virtual que já fez centenas de vítimas em todo o Brasil. Seduzido por conversas nas redes sociais, ele acabou depositando R$ 300 mil para criminosos que se passavam por policiais e até por um juiz do Rio Grande do Sul.
A vítima, que prefere não se identificar, contou que tudo começou após clicar em um link enviado por um contato. Pouco depois, recebeu mensagens de uma pessoa que enviou fotos íntimas e, em seguida, pediu que ele retribuísse. Foi nesse momento que a armadilha se fechou.
Logo após a troca de mensagens, começaram as ligações de supostos policiais. O homem relatou que um falso delegado se apresentou como autoridade do Rio Grande do Sul e disse que ele teria se envolvido com um menor de idade, acusando-o de pedofilia.
“Era um verdadeiro terrorismo psicológico. Eles fizeram até chamadas de vídeo com banner da Polícia Civil e distintivos, tinham todos os meus dados pessoais. Acreditei na hora”, contou a vítima.
Com medo de ser preso, ele acabou transferindo altos valores para a quadrilha. “É uma situação que pode levar a pessoa ao desespero, até a tirar a própria vida. É muito grave”, desabafou.
Segundo o delegado Eibert Moreira, diretor do Departamento de Repressão a Crimes Cibernéticos do Rio Grande do Sul, os golpistas utilizam perfis falsos em redes sociais, induzem a troca de imagens íntimas e, em seguida, iniciam uma pressão psicológica com ameaças de prisão e exposição pública.
A Polícia reforça que nunca faz esse tipo de abordagem por telefone ou aplicativos de mensagem. E alerta: em caso de pagamento, a vítima pode acionar o MED (Mecanismo Eletrônico de Devolução) junto ao banco para tentar bloquear a transferência.
As investigações continuam para identificar a quadrilha, que age em diversas regiões do país.
