A Petrobras enfrentou um impactante declínio de R$55,3 bilhões em seu valor de mercado, deixando investidores preocupados após a empresa não atender às expectativas relacionadas aos dividendos propostos durante a divulgação dos resultados de 2023. O levantamento, realizado por Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria, destaca que, desde a máxima histórica, a Petrobras perdeu um total de R$93,1 bilhões, e apenas em 2024, a queda já soma R$23,8 bilhões.
As ações da petroleira chegaram a cair mais de 13% durante a tarde, mas reduziram a perda para aproximadamente 10%. As ações ordinárias (PETR3) fecharam em queda de 10,37%, enquanto as preferenciais (PETR4) tiveram um recuo de 9,14%.
O anúncio de R$14,2 bilhões em dividendos para o trimestre desapontou o mercado, que esperava por pagamentos extraordinários. Se aprovado, o total de dividendos pagos referentes a 2023 será de R$72,4 bilhões, uma significativa redução em comparação com os R$194,6 bilhões distribuídos em 2022.
A Petrobras justificou a decisão, destacando que adotou o valor mínimo para pagamento, correspondente a 45% do fluxo de caixa livre. Contudo, analistas do BTG Pactual consideraram o número uma “grande decepção”.
A forte queda já havia sido indicada no pré-mercado da bolsa americana, levando à abertura do pregão brasileiro com os papéis sendo colocados em leilão, acionado quando uma ação cai mais de 10% em relação ao valor do fechamento do dia anterior.
Mesmo com a Petrobras registrando o segundo maior lucro histórico em 2023, atingindo R$124,6 bilhões, a queda nas ações foi expressiva, refletindo uma redução de 33,8% em relação ao ano anterior. A empresa justificou o resultado, apontando uma queda de 18% no preço do petróleo nos mercados internacionais, parcialmente compensada pelo aumento nas vendas.
Analistas estão agora questionando o destino do lucro remanescente de R$43,4 bilhões, que será destinado integralmente para a reserva de remuneração de capital, levantando incertezas sobre os planos futuros da Petrobras e gerando preocupações sobre a alocação de capital da empresa.
Investidores e analistas estão repensando a visão sobre os riscos da Petrobras, enquanto a empresa enfrenta especulações sobre seus planos para o futuro, incluindo possíveis investimentos, fusões e aquisições. A incerteza quanto à direção estratégica da empresa impactou as ações, indicando uma fase desafiadora para a gigante petrolífera brasileira.