Radicalismo político nas demandas do IFET prejudica o município

O radicalismo tem afetado os grupos políticos e a cidadania.
Esse sentimento divisor, obtuso, restritivo, pode também ser denominado de sectarismo.
O sectarismo compreende a divergência dos interesses pessoais, em detrimento dos interesses públicos.
Sempre que entra em discussão coletiva um projeto de interesse público, logo se estabelece o antagonismo político que mais diverge do que constrói,
No antagonismo político os indivíduos, reconhecidos como líderes por suas representatividades, argumentam o não, e, na maioria das vezes, utilizam das influências transitórias do poder, para sustentar posições ou impor fracassos, ou barreiras aos projetos.


Os itaberabenses têm sofrido muito com o radicalismo, o sectarismo ou o antagonismo que permeiam as discussões em torno do interesse público.
Essa disfunção coletiva tem gerado nas altas patentes expressões do tipo: “Itaberaba é problemática”.
Sempre que nossa cidade debateu um projeto, visões estereotipadas interferem de forma tal, que já provocaram prejuízos históricos, como a edificação do Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães, forçosamente construído numa posição inapropriada em área extensa como é o Canal do Donana.
Por conta da dialética incongruente do contraditório, estamos a sofrer do mesmo problema agora que se discute a implantação do IFET.
Anunciado no dia 16 de agosto, pela presidente Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), como parte do PAC Educação, o IFET deverá estar pronto em 2013. No dia 5 de agosto, o Reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET -BA), Sebastião Edson Moura, acompanhado da engenheira Juliana Malta e do arquiteto Adelmo Ramos, iniciaram as discussões no Gabinete Municipal, para definir a área para construção do complexo educacional.
A cidade entrou em festa, os estudantes rejubilaram-se e, os que anseiam por maior conhecimento e formação profissional, sem precisar sair pra fora, entusiasmaram-se com a chegada de mais uma instituição de nível superior, que transformará Itaberaba num centro de referencia em educação.
Onde construir o complexo educacional do If Baiano, que receberá investimentos de R$12.0 milhões? A discussão em torno da área formou o grande gargalo, que prenuncia prejuízos para o município e a nossa educação.
Será necessária uma área mínima de 50 mil m² para o Ifet Urbano ou,50 hectares, em caso do Ifet Rural.
Inicialmente, sugeriram-se como alternativas uma área do Horto Florestal, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, sob concessão do município; utilização da antiga Estação de Monta da EBDA, do outro lado do Açude Juracy Magalhães, tornado-se IFET Rural; ou a área que o prefeito disponibilizou para doação 50 mil m² de seu terreno particular próximo ao Horto, na margem da BR-242.
Na audiência pública o reitor veio, porém, o gestor municipal não compareceu. A divergência então se estabeleceu e o antagonismo se sobrepôs à razão.
Segmentos negaram o respeito ao direito de doação, que para a cidadania não importa de onde venha, impondo-se então, a atitude que nega a economicidade para o bem público.
Pouco afeito ao diálogo, o prefeito voltou atrás na doação do terreno de sua propriedade.
E, como cabe ao setor público a decisão final, nasce o IFET Misto para as tecnologias do conhecimento urbano e rural, a ser implantado em nova área, que o prefeito indica ao lado da Fábrica da Coopaita, pelo qual a prefeitura terá que pagar em torno de R$400 mil.
Esse dinheiro, anunciou o gestor municipal, virá dos recursos a serem apurados no leilão dos imóveis, que até então encontra-se embargado.
Haverá tempo hábil para levantar tal recurso, sabendo-se que o prazo para apresentação do terreno expira em 70 dias?
Para os políticos pouco importa, ao povo sim, sobrará a dor desta falta de educação.

Salvador Roger – Jornal O Paraguaçu

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