O apresentador Fausto Silva, o Faustão, de 75 anos, passou por dois novos transplantes de órgãos nesta quarta-feira (7), no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Ele recebeu um fígado e um rim de um único doador, compatíveis segundo avaliação da Central de Transplantes do Estado de São Paulo. Esses procedimentos se somam a outros dois realizados anteriormente: um transplante de coração, em agosto de 2023, e um transplante de rim, em fevereiro de 2024, que apresentou rejeição.
Internado desde 21 de maio deste ano devido a uma infecção bacteriana grave com sepse, Faustão foi incluído novamente na fila de transplantes do Sistema Único de Saúde. O agravamento do seu quadro clínico fez com que ele tivesse prioridade, já que a lista nacional leva em conta critérios técnicos, como gravidade da doença, compatibilidade genética e tipo sanguíneo.
No Brasil, a fila de transplantes é única e vale tanto para pacientes da rede pública quanto para os da rede privada. Segundo o Ministério da Saúde, a ordem dos receptores é definida principalmente pelo estado de saúde, sendo que pacientes críticos, como aqueles que dependem de ventilação mecânica ou sofrem falência de órgãos, são atendidos com urgência. Outros fatores como porte físico e localização geográfica também são determinantes, já que o tempo de isquemia — período que o órgão pode permanecer fora do corpo — é limitado e influencia diretamente a viabilidade do transplante.
O país possui o segundo maior programa público de transplantes do mundo e, em 2024, bateu o recorde de mais de 30 mil procedimentos realizados, 85% deles financiados pelo SUS. Ainda assim, a demanda é alta: no início de agosto de 2025, cerca de 46,7 mil pessoas aguardavam um órgão, sendo a grande maioria para transplante de rim. Em São Paulo, estado onde Faustão vive com a família, a fila chega a 22,4 mil pacientes.
Neste ano, já foram realizados mais de 5,7 mil transplantes no Brasil, com destaque para rins, fígados e corações. São Paulo lidera o número de procedimentos, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apesar dos avanços, a fila permanece um desafio para milhares de brasileiros, e casos de alta repercussão, como o de Faustão, ajudam a chamar atenção para a importância da doação de órgãos.









