A música brasileira se despede de uma de suas vozes mais icônicas. Diana, nome artístico de Ana Maria Siqueira Iorio, faleceu nas primeiras horas desta quarta-feira, 21 de agosto de 2024, aos 76 anos. A cantora e compositora carioca, conhecida pelo temperamento quente e pela marcante contribuição à canção sentimental brasileira, foi encontrada sem vida pelo filho, André Iorio, na residência onde vivia, em Araruama (RJ). A causa da morte, ainda não confirmada oficialmente, é suspeita de ter sido um ataque cardíaco enquanto dormia.
Diana ganhou notoriedade na década de 1970, com canções que tocavam o coração do público e que, apesar de serem frequentemente rotuladas como “cafonas” pelas elites culturais, foram profundamente amadas pelo povo. Seu álbum de 1972, intitulado Diana, foi um dos grandes sucessos do mercado fonográfico daquele ano, impulsionado por hits como Ainda queima a esperança, composta por Raul Seixas e Mauro Motta, e Porque brigamos, versão em português de I am… I said… de Neil Diamond, adaptada por Rossini Pinto.
Durante seu auge, Diana também ficou conhecida pelo casamento com o cantor e compositor Odair José, com quem teve uma relação intensa, marcada por brigas que frequentemente ocupavam as manchetes da época. Juntos, compuseram a música Foi tudo culpa do amor, lançada em 1974, há exatamente 50 anos.
Apesar de sua carreira ter perdido o fôlego a partir dos anos 1980, Diana continuou a se apresentar, especialmente no Nordeste do Brasil, e lançou alguns álbuns esporadicamente. Em anos mais recentes, ela modificou seu nome artístico para Dianah, acrescentando um “h”, mas foi com o nome original que o Brasil sempre a reconheceu.
A influência de Diana permanece viva, com sucessos da sua fase áurea sendo revisitados por artistas contemporâneos como Barbara Eugenia, que mantiveram o legado da cantora na mídia e no coração dos fãs da música brasileira. A morte de Diana foi anunciada por André Iorio nas redes sociais e confirmada pela prefeitura de Iguaba Grande (RJ), onde a cantora foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na tentativa de ser reanimada, infelizmente sem sucesso.
O Brasil perde uma de suas mais queridas e populares intérpretes da canção sentimental, mas sua voz e sua música continuarão a ecoar por gerações.