Caminhar pelas ruas e avistar placas voltaicas nos telhados já não é uma visão incomum para muitos na Bahia. Esses painéis, símbolos da captação de energia solar, não apenas ecoam um compromisso com práticas sustentáveis, mas também representam uma estratégia financeira inteligente para muitos estabelecimentos comerciais.
De acordo com dados de 2022 da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), cerca de 69,4 mil consumidores baianos adotaram a energia limpa, colocando a Bahia como líder em geração solar no Nordeste. Entre esses consumidores, os restaurantes se destacam como os principais usuários, seguidos por instituições de ensino, hotéis, padarias e academias.
O aumento expressivo na adoção da energia solar não é apenas uma tendência, mas uma realidade em ascensão. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o número de usinas solares distribuídas aumentou em 56% de 2022 para 2023, com um acréscimo de 47 mil sistemas na Bahia, totalizando 130 mil.
A modalidade de geração distribuída, onde usinas solares são instaladas no teto ou no solo, permite que o excedente de energia seja compensado através do sistema de créditos, reduzindo significativamente as contas de luz dos estabelecimentos. Essa prática não apenas promove a sustentabilidade, mas também oferece uma vantagem competitiva para os negócios.
Para Lucas Macedo, CEO da SDB Energia Solar, essa abordagem não só reduz os custos operacionais, mas também pode ser um investimento rentável. “Mesmo para os que não têm o capital para investir e pagar à vista, você consegue, com a economia nas contas, pagar o financiamento”, explica Macedo.
Além disso, empresas como a Neoenergia planejam lançar novas operações de usinas fotovoltaicas de geração compartilhada, visando atender desde empresas até beneficiários da tarifa social. Rita Knop, diretora comercial da Neoenergia, enfatiza que “o consumo de energia sustentável é a chave para a longevidade, fornecendo às empresas vantagens competitivas, minimizando custos e aumentando a produtividade”.
O empresário Clecio Cardoso, dono do bar e restaurante Armazém 1978, em Inhambupe, destaca a segurança financeira como um dos motivos para adotar a energia solar. “As incertezas e os constantes aumentos em momentos de racionamento no Brasil também foram determinantes”, afirma Cardoso, cuja conta de luz mensal caiu de R$ 4 mil para cerca de R$ 115 após a implementação da energia solar.
Esses investimentos não apenas demonstram um compromisso com a sustentabilidade, mas também refletem a busca por competitividade no mercado. Marcos Rêgo, presidente da Associação Baiana de Energia Solar Fotovoltaica (ABS), ressalta que “o empresário está sempre interessado em atuar em cima dos custos para poder ser mais competitivo”.
Com a energia solar se tornando cada vez mais acessível e vantajosa financeiramente, é provável que mais empresas na Bahia e em todo o Brasil sigam o exemplo, promovendo não apenas a sustentabilidade, mas também a eficiência e a competitividade nos negócios.







