A Stellantis, conglomerado detentor das marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM, revelou um investimento expressivo de R$ 30 bilhões no Brasil até 2030. Com esse anúncio, o volume total de investimentos programados pelas montadoras no país atinge a marca histórica de R$ 95 bilhões até 2032, representando o maior ciclo de investimentos da indústria automotiva brasileira.
Os números podem ser ainda maiores, pois, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a previsão de aportes pode alcançar R$ 117 bilhões até 2029. Esse cenário de otimismo é impulsionado pelo novo programa do governo, o Mover, que visa apoiar a indústria automotiva. Com regulamentação esperada para este mês, o Mover disponibilizará R$ 19,3 bilhões para incentivar a produção de veículos mais seguros e ecologicamente sustentáveis.
O programa, sucessor do Rota 2030, encerrado em dezembro de 2023, já está surtindo efeitos, com as montadoras anunciando investimentos significativos. A Stellantis, esta semana, contribuiu com R$ 30 bilhões, e a Toyota também anunciou um aporte de R$ 11 bilhões até 2030 para expandir a oferta de automóveis híbridos flex, uma tecnologia pioneira da montadora japonesa.
A Stellantis planeja investir em uma nova tecnologia híbrida denominada Bio-Hybrid, composta por sistemas híbridos e híbridos plug-in (com carregamento na tomada), além do desenvolvimento de automóveis totalmente elétricos. O objetivo é lançar 40 produtos até 2030, incluindo modelos híbridos produzidos localmente. A empresa visa eletrificar 20% de suas vendas no Brasil até 2030.
Os investimentos anunciados também refletem a prorrogação dos incentivos regionais, favorecendo a fábrica da Stellantis em Pernambuco. O Mover busca acelerar a eletrificação no país, estimulando a produção de veículos mais sustentáveis. Especialistas apontam que, até o final da década, metade dos automóveis vendidos no Brasil terá algum grau de eletrificação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o programa Mover durante o anúncio da Stellantis, considerando-o “extremamente inteligente”. O CEO global da Stellantis, Carlos Tavares, destacou a estabilidade da América Latina, com ênfase no esforço do Brasil para estabilizar sua economia, fator crucial para novos investimentos.
O plano de investimento da Stellantis abrange diversas etapas de descarbonização, incluindo aprimoramento de propulsores movidos exclusivamente a etanol. O grupo Stellantis também anunciou a intenção de explorar soluções específicas para diferentes regiões, reconhecendo as peculiaridades dos mercados emergentes.
Diante do cenário de avanço mais lento da adoção de carros elétricos em mercados emergentes, a Stellantis enxerga no biocombustível brasileiro, combinado a motores elétricos em veículos híbridos, uma alternativa acessível e amigável ao meio ambiente para a classe média. O comprometimento da empresa com a transição energética global inclui um investimento de 50 bilhões em todo o mundo.







